Oco...
A minha mão vazia. A minha mão vazia sem os teus dedos a nascerem dos meus. Sem os teus dedos entrelaçados nos meus como troncos de árvore que se beijam eternamente.
O coração esburacado. Perfurado. Como se tivesse fome. Sem ter fome. Como se tivesse sede. Sem ter sede. O coração fragmentado. A vontade de não estar aqui. De não estar ali. A vontade de estar em nenhum lado. Nem mesmo dentro de mim. O absoluto vazio que me enche na ausência de ti.
Os olhos errantes. Não quero nada do que me possam dar a ver. Não quero nada. Guardo a máquina fotográfica no saco. Não quero paisagens. Nem retratos. É tudo feio como. Como. Como só a tua falta em meu redor pode ser.
Os dedos doem-me. Como artroses em mãos idosas. Não consigo segurar uma caneta e encostá-la a uma folha vazia. Deslizá-la muito menos. Não quero pensar. Nem relembrar. Nem imaginar-te longe de mim. Porque me faz triste como pardais em gaiolas. Sem portinha para escapar.
Não. Não quero nada. Espero-te apenas. Com as mãos encostadas ao vazio que me separa de ti.
O coração esburacado. Perfurado. Como se tivesse fome. Sem ter fome. Como se tivesse sede. Sem ter sede. O coração fragmentado. A vontade de não estar aqui. De não estar ali. A vontade de estar em nenhum lado. Nem mesmo dentro de mim. O absoluto vazio que me enche na ausência de ti.
Os olhos errantes. Não quero nada do que me possam dar a ver. Não quero nada. Guardo a máquina fotográfica no saco. Não quero paisagens. Nem retratos. É tudo feio como. Como. Como só a tua falta em meu redor pode ser.
Os dedos doem-me. Como artroses em mãos idosas. Não consigo segurar uma caneta e encostá-la a uma folha vazia. Deslizá-la muito menos. Não quero pensar. Nem relembrar. Nem imaginar-te longe de mim. Porque me faz triste como pardais em gaiolas. Sem portinha para escapar.
Não. Não quero nada. Espero-te apenas. Com as mãos encostadas ao vazio que me separa de ti.