sexta-feira, julho 10, 2009

Areias do tempo...

Será que ainda te lembras de ontem? Dos medos que se encontravam à espreita em cada esquina? Da aventura que era cada passo do caminho? Será que ainda te lembras de como chegámos até aqui? Eu não sei se consigo lembrar-me de tudo. Mas há coisas de que não me esqueci. Subsistem em mim, ainda agora, os restos de todas as sensações que tive até chegar a este dia. São impressões. Leves nuances. Gradações. Que, unidas, perfazem este eu, que agora escreve estas linhas.

Será que tudo não passa de um sonho? Há imagens que me atravessam o cérebro de forma desconexa. Pequenos fragmentos que não consigo conciliar. Aos quais não consigo dar sentido. Não sei de onde vêm. Talvez tu te recordes! Diz-me, são verdade? Ou invenções de uma noite mais negra que as outras?

Quem me dera saber distinguir sempre o certo do errado, até mesmo nos sonhos. Até mesmo nas memórias. Preciso que me lembres como se faz. Sei que havia um truque - Tinha de haver! Havia? - Um truque para saber sempre o que fazer. Sei que havia. Senão como é que tu conseguias? Lembro-me de como, para ti, era tudo tão claro. Para mim sempre foi como ver um espectáculo de magia. Olhava-te maravilhado. Com a admiração incrédula de um miúdo no circo.

Agora, não sei nada. Esqueci-me de muita coisa. De quase tudo. Do pouco que sei lembrar, muito é sonho e confusão. Preciso que me digas se te lembras. Se ainda te lembras de ontem.

E que mo contes agora. Antes que tudo termine. Antes que tudo seja passado.



[10/03/2009. Confuso, mas já tinha saudades...]