quinta-feira, agosto 25, 2005

Oco...

A minha mão vazia. A minha mão vazia sem os teus dedos a nascerem dos meus. Sem os teus dedos entrelaçados nos meus como troncos de árvore que se beijam eternamente.

O coração esburacado. Perfurado. Como se tivesse fome. Sem ter fome. Como se tivesse sede. Sem ter sede. O coração fragmentado. A vontade de não estar aqui. De não estar ali. A vontade de estar em nenhum lado. Nem mesmo dentro de mim. O absoluto vazio que me enche na ausência de ti.

Os olhos errantes. Não quero nada do que me possam dar a ver. Não quero nada. Guardo a máquina fotográfica no saco. Não quero paisagens. Nem retratos. É tudo feio como. Como. Como só a tua falta em meu redor pode ser.

Os dedos doem-me. Como artroses em mãos idosas. Não consigo segurar uma caneta e encostá-la a uma folha vazia. Deslizá-la muito menos. Não quero pensar. Nem relembrar. Nem imaginar-te longe de mim. Porque me faz triste como pardais em gaiolas. Sem portinha para escapar.

Não. Não quero nada. Espero-te apenas. Com as mãos encostadas ao vazio que me separa de ti.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Passei por cá :) Fica bem (Erótica)

3:32 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Já se tornou um hábito espreitar o teu Blog pois gosto muito da forma como exprimes os teus sentimentos, sensações. Noto que há algum tempo que não escreves. Será bom sinal? espero que esteja tudo bem contigo. Fica bem. Erótica.

2:51 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial