terça-feira, abril 26, 2005

Cristalino

No fundo dos dias,
Espremidos como laranjas sem sumo,
Fica o silênco límpido,
Puro como uma gota de orvalho
que se quebra contra os abismos
do nosso corpo.

Abril 2005

Perdi-te

Há um vazio tão grande
entre as palavras que não digo.
Perco-as entre as ruínas da alma,
entre os destroços loucos dos dias.
Cada entrelinha esgota-me como poço sem fundo.
Silencio-me.
Por não conseguir.
Resgatar das valas negras,
Dos meus lábios fechados.
As palavras que me guiavam até ti.

Abril/2005