segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Continentes amantes...

Ai a Noite... o fascínio imemorial que nos atrai para o escuro que nos aterroriza. Sem ela, que lendas teria a humanidade inventado? Que criaturas fantásticas povoariam o nosso mundo psicoticamente claro e lúcido? Que recantos secretos poderíamos nós descobrir e inventar à luz trespassante do Sol do meio-dia? Que escapadelas amorosas, que sonhos repousantes, que projectos secretos planearíamos sem a calada da noite?

A Lua... que haveriam os poetas desde tempos imemoriais de gabar, de louvar, de maldizer e de amar? Há tanta beleza numa noite de luar... na praia, lado a lado com a pessoa amada... a progressão rítmica das ondas do mar... as escarpas desenhadas ao fundo, pela razante luz lunar... um abraço escondido, apertado como a força de mil oceanos por descobrir, a unir-nos como continentes afastados... o beijo que nos demos igual ao beijo que as terras distantes se dão na espuma que ciclicamente acaricia os seus areais...

Ai... Amo-te.