As manhãs...
Ontem remexi nas coisas do quarto. O meu quarto parece um cemitério de ideias. E um depósito de dias passados. Não há muitos vestígios de futuro no quarto.
Ontem. Hoje. Dormi 2 horas. Quem me dera não precisar de mais. Levantei-me da cama como se partisse para mais uma batalha sem tréguas. Como se? Que ingenuidade.
O dia veio acordar-me com dedos muito brancos e uma luz intensa que me fez desviar o olhar.
Ontem foi o dia mais longo do ano. A entrada do Verão. Fiz dele também a noite mais longa. A lua cheia como grávidas nas consultas. As nuvens em redor como farrapos de sonho. A janela fechada do quarto. A negar-me impulsos de lobo.
Ontem embrulhei-me
Talvez para a manhã custar um pouco menos a suportar.
[Escrito em 22/06/2005...ou algo assim]