segunda-feira, março 07, 2005

Força de vontade...

Os dias vão-me escapando, um a um, da ponta dos dedos. Ou sou eu que me vou escapando sem olhar para os dias que estão de braços abertos à minha espera.
A vida é um longo carrossel de sonhos por abraçar. Dói-me tanto a alma no fim de cada corrida. No anoitecer precoce dos dias de Março sofro-me como recluso numa prisão sem limites. Sem grades. Sem chave.

Ah... não poder quebrar as teias de aranha que vou arquitectando meticulosamente em meu redor. Não poder soltar-me de mim. Derrubar o muro. Atravessar a cortina de água.

O silêncio do quarto fechado. O quarto que guardo religiosamente comigo lá dentro para que ninguém venha perturbar a minha ausência de mim.

Entre o que se sonha e o que se faz vai uma distância tão grande. Infinita. Quem me dera ter a energia incansável das pessoas activas, que profiam dia após dia pela conquista dos seus objectivo mais impossíveis de alcançar. Quem me dera ter um décimo dessa força de vontade férrea que permitiu aos Homens fortes, intrépidos, corajosos do meu Povo, erguer a golpes de suor e sangue um novo Mundo. Um Ímpério de fraternidade Universal carregado pelos ombros rudes, maciços, graníticos dos nossos antepassados heróicos.

Cortar as amarras das Naus da mente. Velejar Oceanos imensos de medos e superstições seculares. Sulcar as águas infinitas da vida de vela estendida, com a Cruz de Cristo ao alto. A Cruz de Cristo herdeira da Cruz Templária. A Ordem de Cristo herdeira da Ordem Templária. Ai...

Basta. Por hoje não quero mais sonhos. Por agora terá de bastar o branco frio e impessoal da parede do quarto e o barulho ensurdecedor do meu silêncio a ecoar contra as paredes da alma.