Não tenho história
Não tenho história - disse ele. Ela sorriu. O resto da frase ainda a rodopiar na sua mente. Abriu os olhos. À sua frente o azul do mar. Depois do fim da falésia e antes da linha do horizonte o transformar num outro azul. Abriu os braços. Minto. Esticou os braços, até o seu corpo ser tão largo como comprido. Até desenhar uma cruz na falésia. Duas cruzes. A silhueta e a sombra a darem mais dimensões ao silêncio no fim das palavras - Não tenho história.
Em redor o dia acontecia, como um pano à espera de cair sobre o mundo. O vento soprava de todos os lados. Parecia querer entrar por todos os poros da pele. Entranhar-se nela. Fundir-se nessa carne feita cruz à beira do abismo. Ela permanecia quieta. O sorriso ainda no rosto, como um farol por entre o nevoeiro. E pensava.
O vento dava-lhe nos braços a impressão de voar por sobre o azul do mar, em direcção ao pôr-do-sol que se adivinhava. Não tenho história - disse ele. Ela sorriu. E depois sussurrou-lhe baixinho:
Não faz mal. Eu conto-te a minha.
Em redor o dia acontecia, como um pano à espera de cair sobre o mundo. O vento soprava de todos os lados. Parecia querer entrar por todos os poros da pele. Entranhar-se nela. Fundir-se nessa carne feita cruz à beira do abismo. Ela permanecia quieta. O sorriso ainda no rosto, como um farol por entre o nevoeiro. E pensava.
O vento dava-lhe nos braços a impressão de voar por sobre o azul do mar, em direcção ao pôr-do-sol que se adivinhava. Não tenho história - disse ele. Ela sorriu. E depois sussurrou-lhe baixinho:
Não faz mal. Eu conto-te a minha.
4 Comentários:
achei o texto belissimo....
a minha definição de amor.
:D
Tens razão, é uma história de amor!
Estás um artista. ;)
Obrigado!
Já não aparecias há um tempo! ;)
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