Orvalho
Agora. No fim da noite. Quando tudo parece ter passado. Sem se ter no entanto a certeza de se ter passado por alguma coisa. Ou de se estar apenas a iniciar uma outra. Agora quando o silêncio começa a corroer a euforia falsa. A euforia falsa que talvez só exista para proteger deste silêncio. Do silêncio de nos sentarmos sozinhos a meio da noite, de frente para nós, num confronto interno duro e mutilante…
Agora que desce sobre nós, como o cacimbo sobre a vegetação nas madrugadas geladas de Inverno, o peso das decisões tomadas. Tudo parece um pouco mais difícil… E somos folhas dobradas pelo peso de duas gotas – espessas, densas, lentas - de orvalho…
3 Comentários:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Encontrei teu blog por acaso.
Queria dizer que escreves muitíssimo bem. Comecei a ler, e ler, e ler, e quando dei-me conta, já estava a clicar nos arquivos.
Alguns têm o dom da palavra (teu caso), outros, de se deixarem tocar por ela.
E me proporcionaste isto hoje.
Obrigada, estava realmente a precisar nesses últimos dias.
Obrigado por me leres. :)
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