sexta-feira, agosto 31, 2012

O começo

Enquanto a tarde caía sobre nós, eu perdi-me no teu olhar. Na luz do Sol que se esticava, por entre as folhagens, até ele. Até ti. Todo o meu corpo, todo o meu ser, todo eu era um olhar virado para ti. Mais que um olhar. Todo eu era um bisturi. Um holofote apagado e sedento. Um feixe de atenção concentrado em ti. Na textura e no revelo do teu olhar beijado pelo Sol. Nas suaves cambiantes âmbar-mel-avelã. Todo eu preso no jogo de luz e sombra. A adivinhar qualquer coisa dentro dos olhos. A sentir uma qualquer vibração por trás da pupila. A tentar decifrar uma mensagem (Semi-ilegível. Semi-reprimida. Semi-desejada) que os teus olhos, sem quereres (Querias?), reflectiam.

Não sei quanto tempo passou, fora do meu devaneio. Sei que, aos poucos. Subtilmente. Senti-me emergir das profundezas do teu olhar. Ouvi, ao longe, o fluxo cristalino e refrescante da nossa conversa, das nossas palavras. E segui-o. Segui-as. Até me conseguir escapar das paisagens sem nome dentro de ti.

Foi nessa altura. Enquanto apreciava a brisa do entardecer. E as cores do pôr-do-Sol começavam a pintar o mundo em nossa volta. Que (o que me havia de acontecer) fiquei enredado na teia do teu sorriso...

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