quarta-feira, março 21, 2012

Expectante...

No fim do dia, falta qualquer coisa. Fica um buraco por preencher. Não sei onde, na alma. No fim do dia, há qualquer coisa que me escapa. Agarro-me ao dia como a uma tábua de salvação. Mas não resulta. Não há, ao fundo, um barco que me resgate ou ilha onde ir desaguar. Agarro-me ao dia com a esperança de que algo aconteça. Um algo impreciso e inconcreto. Um D. Sebastião qualquer, a esta hora da noite.


O relógio e o cansaço teimam em dizer-me que o dia findou e é hora de ir dormir.

[A música do Vitinho a começar a tocar na cabeça.]

Mas não. Dentro de mim há qualquer coisa que espera. Há qualquer coisa que aguarda. Como alguém que tivesse a missão de esperar por um companheiro talvez perdido em longes por desbravar, talvez de regresso, talvez morto pelo caminho. Dentro de mim há qualquer coisa que espera.

Mas no fim do dia. No fim da noite. É sempre só o cansaço que me bate no ombro e me guia até à cama.

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