terça-feira, janeiro 27, 2009

O voo

Fui à janela e nada. Ninguém do outro lado do vidro. A rua, talvez não rua mas algo, sem ninguém. Apenas a silhueta ténue de uma árvore através da espessura do ar.

Abri a janela e voei. Ou caí. Talvez tenha caído pensando que voava. Ou talvez voasse pensando em cair. De qualquer das maneiras soltei-me.

Abri a janela e de repente o meu corpo todo a viajar. Para longe da janela. E dos medos sem nome escondidos à espreita.

Isto durou uns segundos. Depois a janela abriu os braços e puxou-me para dentro. Para trás dos vidros fechados.

Sozinho num novo amanhecer.

[2007. Talvez....]

1 Comentários:

Blogger Serendipity disse...

Mesmo em Cuba nao resisti em vir dar uma espreitadela no seu Blog..
Foi escrito hoje...
Simples,profundo como ja nos vai habituando....

11:05 da tarde  

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