quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Encostado ao fundo...

Ás vezes, quando cai a noite, quero esconder-me do mundo. Quero. O mundo não tem nada a ver com isso. Quero apenas esconder-me. Fugir de mim e dos meus medos. Dos espaços vazios em mim. Das promessas esquecidas entre o virar de uma página e o olhar fixo nos longes da parede. Quero fugir. Quero fugir para onde o mundo saiba a Roll ou a gelados com cara de bonecos do D’Artacão. Quero esconder-me onde os ruídos do mar me embalem, onde sossegue dentro de mim o agitar de ramos frenético. Quero. Fugir como quem salta. Ou como quem cai e se esquece de se erguer. Sim. Quero cair como quem se esquece de andar. Quero esquecer. Quero que os meus passos não percorram já os trilhos gastos deste reino. Quero fugir. Quero outros rumos e outros sonhos. Outras avenidas cobertas de folhas caducas. Outros olhares. Outros sítios.
Fugir. Como quem se esquece de se lembrar de não cair. Como quem escorrega por entre as mãos dos dias e fica depositado de encontro a um beco escuro de uma cidade qualquer.



18-05-2004

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